“Tenho gosto em conquistar medalhas, mas meu maior objetivo é sempre baixar meu tempo. Me superar. Tenho profissionais ao meu lado que me ajudam nisso, como os Eduardo Leonel, Kelly Gradwool, Rogério Leite, João e Leandro Grande. Nasci com paralisia cerebral e tenho baixa visão e para mim o preconceito sempre irá existir. Acredito que a principal causa é a falta de informação, seja do próprio deficiente ou das pessoas que não têm convívio com deficientes”, disse Evandro Batista de Souza, 36 anos, da ADD/SP, que coleciona seis medalhas de ouro em etapas nacionais do Circuito e atual recordista brasileiro nos 100m T34.

Foto: Vinicius Loures/Exemplus-CPB
Para o diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Edilson Alves da Rocha Tubiba, mesmo após o cansaço de parte dos atletas que disputaram há menos de duas semanas os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara e da chegada do fim do ano, o nível técnico da última etapa do Circuito se manteve forte.
“Alguns atletas já estão na curva de desaceleração, para em seguida começarem trabalho focado nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Acaba sendo uma etapa mista, com uns competidores que estão desgastados por conta das competições ao longo do ano e outros que ainda buscam o ranqueamento para conseguirem vaga na Seleção Brasileira no ano que vem e o Bolsa Atleta. Esta etapa é importante para fazermos um balanço de 2011 e comprova que o CPB tem a receita para realizar uma competição com nível de serviço e que tem evoluído a cada edição”, afirmou.
Natação
Satisfeito com os resultados conquistados e evolução da natação, o coordenador técnico nacional modalidade, Murilo Barreto, prevê crescimento para 2012.
“Começamos o ano com metas a serem alcançadas e tivemos além do aumento da qualidade técnica, a descoberta de novos talentos. Finalizamos o ano com o Circuito Loterias CAIXA percebendo que estamos no caminho certo”, explicou.
Entre as revelações, uma se destacou na piscina neste sábado, em meio a tantas estrelas da natação como Daniel Dias, Andre Brasil, Joana Silva e Edênia Garcia. A paulista Letícia de Oliveira Freitas, de apenas 17 anos, quebrou dois recordes brasileiros na categoria S13, para atletas de baixa visão.
Halterofilismo
Considerado pela coordenação técnica do halterofilismo como atleta revelação 2011, Bruno Carra, 22, trouxe do Parapan de Guadalajara sua primeira medalha continental. A prata foi motivo de alegria e orgulho. Na categoria até 56kg, Bruno levantou 140kg no México e menos de duas semanas após os Jogos, se superou e bateu o recorde brasileiro da categoria: 146kg levantados.
“Estou realmente muito feliz com meu desempenho. Levantei 6kg a mais do que no México, o que mostra meu progresso e me deixa esperançoso para uma convocação nos Jogos de Londres 2012. Com a prata no Parapan e esse recorde brasileiro fecho o ano de uma forma ainda mais especial”, ressaltou Bruno.
A terceira e última etapa do Circuito, em São Paulo, foi especial para as meninas do halterofilismo. Foram quatro quebras de recordes brasileiros, com Maria Luzineide (-44kg), que levantou 80kg; Rene Belcassia (-52kg), que levantou 66kg; Terezinha Mulato (-60kg), que levantou 94kg e Márcia Menezes (-82,5kg), que levantou 101 kg.
A competição conta com a participação de mais de 500 atletas e continua na manhã deste domingo, 4, a partir das 8h, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), no Ibirapuera. Os resultados das provas podem ser acompanhados em tempo real pelo site: http://neocompeticao.com.br/circaixanacional3/default.asp.
Fonte:CPB